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30
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

Bombarral e a Santa Caveira

Esta lenda refere-se a uma caveira (que foi) existente na pequena capela de São Brás, situada dentro do perímetro do cemitério da vila do Bombarral. Este templo, que não se encontra completo, fez parte de uma antiga igreja quatrocentista, também da mesma invocação. Destrui-a parcialmente um tremor de terra pouco depois da sua construção, correndo o ano de 1531. Para aproveitamento destas paredes que não tombaram, foi feita uma pequena galilé alpendrada na fachada. Por cima do portal encontra-se um nicho com uma imagem de pedra da segunda metade do século XVI, correspondendo ao São Brás.

No interior da capela, do lado do Evangelho, encontra-se uma arca tumular, onde jaz Luiz Henriques. Quem era? Pois foi ele o mosteiro-mor de D. João I. Algo sobre o ilustre diz numa inscrição em caracteres góticos, e numa das faces da cobertura estão gravadas uma lança e uma bandeira. As paredes são revestidas a azulejos do tipo padrão, seiscentistas, com guarnição azul, amarelo e laranja. Pois, conforme a lenda, no cenário desta capela há uma caveira que detém poderes especiais para a cura das doenças do gado. E essa caveira encontrava-se guardada no referido templo e só de quando em longe era utilizada. Procurei localizá-la, mas em vão. Ao corpo de quem pertencia? Pois a um lavrador da região cujo nome não consta. À generosidade da sua disposição testamenteira não correspondeu a memória do seu nome. Pois o tal lavrador, sentindo que a morte lhe rondava a porta, recomendou:

- Três dias depois de eu ter sido enterrado, abram o coval e retirem a minha caveira. Ante a perplexidade dos seus mais chegados, declarou:

- Ides encontrá-la já limpa de carnes.

- E que lhe fazemos, patrão?

- Não sejas impaciente! Pois a essa minha caveira usai-a na cura das doenças do gado.

E assim se cumpriu. Não se sabe a data da morte do lavrador, mas o que é certo é que as curas se multiplicaram e afamaram, a tal ponto que as autoridades eclesiásticas proibiram o uso da relíquia sem a sua autorização. Isto vem exarado no insuspeito Hagiológio Lusitano, que indica o ano de 1618 para tal determinação, Que levou a assinatura do metropolita de Lisboa, D. Miguel de Castro.

Porém em 1625, tendo ocorrido uma grave epidemia entre o gado, os lavradores do Bombarral entenderam que era o momento de desobedecer, recorrendo ao santo lavrador. Obrigaram então o padre de São Brás a expor a caveira e, continuamos a seguir o Hagiológio Lusitano, o gado doente passou diante da caveira e lambeu-a, vindo a curar-se, enquanto o gado são nem para ela olhou…

A caveira, para estas curas, era transportada para o adro com toda a solenidade. A tradição lendária, cuja data de origem se desconhece, deve ser anterior ao reinado dos Filipes em Portugal

 

 

12
Nov24

Diversos

Alegria

O TELEFONE.

Quando eu era criança, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava no aparador da sala. Eu era ainda muito pequeno para poder alcança-lo, mas fica fascinado a ouvir a minha Mãe quando falava com alguém. então um dia descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa muito simpática, o nome dela era "Uma informação por favor", e não havia nada que ela não soube-se. A minha primeira experiência pessoal com esse génio da garrafa veio no dia em que eu estava em casa sozinho. pois a minha Mãe tinha ido a casa de uma vizinha. Eu estava na garagem a mexer na caixa das ferramentas quando bati com um martelo no meu dedo magoando-o, a dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não havia ninguém em casa para oferecer-me a sua simpatia. Eu andava pela casa chupando o dedo dolorido até que pensei.

O telefone!

Rapidamente subi as escadas que davam para o primeiro andar, e corri em direção á sala para pegar o telefone, então verifiquei que o aparador era muito alto. Peguei numa cadeira e arrastei-a até ao móvel. Subi a cadeira, tirei o telefone do descanso e segurei-o contra o ouvido,. Aguem atendeu e eu disse:

- Uma informação por favor.

Ouvi uns dois ou três cliques, e uma voz nítida e suave falou ao meu ouvido.

-Informações.

Eu magoei o meu dedo, disse eu. E as lágrimas vieram facilmente agora que eu tinha audiência.

A sua Mãe não está em casa? Perguntou-me ela.

Não tem ninguém aqui.

Como te chamas?

Paulo respondi

Está a sangrar?Não, mas... doí-me muito.

Consegues abrir o frigorífico? Perguntou-me ela.

Eu respondi que sim.

Então pega num cubo de gelo e passa no teu dedo, disse a vós.

Depois daquele dia eu ligava para "Uma informação por Favor", por qualquer motivo.

Ela ajudou-me com as minhas duvidas de geografia, e ensinou-me onde ficava Filadélfia. Ela ajudou-me com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu tinha, deveria comer nozes e frutinhas.

Então um dia o meu canário morreu. Eu liguei para "Uma informação por favor", e contei o ocorrido. Ela escutou e disse aquelas coisas que se dizem a uma criança que está a crescer. Mas eu estava inconsolável e perguntava.

Porque é que os passarinhos que cantam lindamente e trazem muita alegria para nós, têm que acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?

Ela deve ter compreendido a minha preocupação porque acrescentou mansamente.

Paulo lembra-te que existem outros mundos, onde a gente pode cantar também.

De alguma maneira depois disso, eu me sinto melhor. No outro dia á estava eu de novo.

Informações.

Disse a voz já tão familiar.

Você sabe como se escreve acessão? Tudo isso aconteceu na minha cidade natal de Lamego quando eu tinha nove anos. Nós nos mudamos para o Porto. Eu sentia muita a falta da minha Amiga. "Uma informação por favor pertencia aquele venho telefone preto. Eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefónico branquinho, que ficava no novo aparador da nossa nova sala. Á medida que eu ía crescendo as lembranças daquelas conversa infantis nunca saíam da minha memória. Frequentemente em momentos de duvida em tentava recuperar o sentimento de calma que eu tinha naquele tempo. Hoje eu compreendo, como ela era paciente, compreensiva e gentil, ao perder tempo a atender as ligações de uma criança. Alguns anos depois fomos visitar uma família amiga que morava em Lamego. Então reparei que na sala dessa família amiga, havia um telefone preto e brilhante. Então sem mesmo sentir o que estava a fazer, disquei o numero daquela operadora e pedi.

"Uma informação por favor"

Como por milagre ouvi a mesma voz doce e clara, que também conhecia, a dizer:

- Informações!

fui apanhado de surpresa, mas mesmo assim perguntei.

Você sabe com se escreve acessão?.

Depois de uma longa pausa, veio uma resposta suave:

Eu penso que o seu dedo já melhorou um pouco. Eu ri.

Então é você mesma? Você não imagina como era importante para mim naquele tempo, disse-lhe eu.

Eu imagino. Disse ela e você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações.

Eu não tenho filhos e esperava todos os dias que você ligasse.

Eu então contei-lhe o quanto pensei nela durante todos estes anos, Perguntei-lhe se a poderia visitar. Ela respondeu-me:

-Mas é claro que sim. Vem até aqui e procura pela Célia.

Passado três meses voltei a ligar para pedir o endereço, mas uma voz diferente respondeu:

- Informações!

Eu pedi para chamar a Célia.

Você é Amigo dela. A voz perguntou.

Sou um velho Amigo. O meu nome é Paulo.

Eu sinto muito mas a Célia estava doente e... morreu.

 Faz cinco semanas.

Antes que eu desligasse, a voz perguntou:

Você disse que o seu nome é Paulo?

Sim. Respondi

A Célia deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu-me para que aguarda-se caso você ligasse. Eu vou ler a mensagem. Então ela dizia.

"Diz-lhe, que eu ainda acredito que existem outros mundos, onde a gente pode cantar também. Ele vai entender".

Eu agradeci, e desliguei. eu entendi.

Nunca subestime a marca que você deixa nas pessoas.

12
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

Caminha – O Salteador da Serra de Arga

Quem foe à Serra de Arga, nas imediações de Caminha, facilmente encontrará a estrada para a aldeia de Arga de São João, e aí verá uma capelinha de invocação a Santo Aginha. Ah, não consta dos livros da igreja? Bem, então ouçam a lenda e digam lá se não deveria constar.

Para já, consta na alma popular daqueles sítios, e isso já é muito bom. Mas não se admirem se, seguindo a lenda, ouvirem que Aginhaera um perigoso salteador  da serra de Arga! Até as criancinhas eram ameaçadas com o Aginha para comerem duas colheres de sopa! Era o terror daqueles sítios. Dizia-se que, se não encontrasse moedas ou carga que o satisfizessem, o salteador mandava despir o assaltado e levava com ele as suas roupas. E bastava-lhe um punhal para os seus ataqes. Ora, certo dia, Aginha assaltou um frade do Convento de São João que acabava de dar a extrema-unção a uma pobre velha que vivia num cotovelo da serrania. Mas o frade não tinha mesmo nada para roubar. Porém, fez questão de dar-lhe, pelo menos, boas palavras, tentando salvar aquela alma. Estabelecendo-se uma conversa entre ambos, esta animou-se porque Aginha raramente tinha com quem conversar. E tão convincente foi o frade que Aginha passou de salteador a benfeitor, arrependido da vida que levara.

O pobre homem decidiu então não abandonar o sítio, ansioso por poder ser útil a quem

 Precisasse, sobretudo reparar o mal que fizera a alguma gente dali. Mas se toda a gente o soube acusar, mesmo aqueles a quem ele nunca fizera mal, já os seus beneficiários não foram capazes de o gabar, deixando somar episódios, agora fantasiosos, em seu desabono.

Assim numa manhã cinzenta, um carreiro que ia com seu carro de bois pela serra de Arga viu com desgosto como o carro caiu para o lado. Toda a carga se virou, e ele sem forças para repor tudo no seu sítio. Surgiu-lhe então o antigo salteador, que logo meteu ombros ao carro. E quando o carro já se encontrava de novo direito, começou a apanhar a carga, pondo-a no seu sítio. Porém, o carreiro, pensando que Aginha o ia depois assaltar, deu-lhe com o machado à falsa fé matando-o.

Foi depois o carreiro, muito atrapalhado com a morte que fizera, dar parte às autoridades de Agra de São João, tanto que queria receber a moeda de ouro que davam por ele. E a Guarda da terra foi mais tarde à serra certificar-se do feito de que ele tanto se gabava. Para espanto de todos, apesar dos dias passados ao relento, o cadáver ainda esta incólume e, diz a lenda, exalava um suave cheiro a flores silvestres.

Ah, é verdade, ainda hoje se ignoram os argumentos do frade de São João para operar tão rápida e eficaz mudança na cabeça do facínora. E quem o reconheceria, ajoelhado diante do confessor, pedindo perdão pelos seus pecados? E tal foi a transformação que, somadas as suas bondades, as gentes acabaram por lhe dedicar a tal capelinha na Arga de São João, aonde o leitor pode ir um dia destes.

10
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

Calheta de São Jorge – Ilha de São Miguel

A vingança do Espírito Santo

 

Comecemos por cima, pela vila do Topo, na acçoriana ilha de São Jorge. Aí vivia um casal que, depois de ter organizado a sua vida, pretendia ter um filho. Só que a criança não aparecia, o que lhe provocava imenso desgosto. E marido e mulher acabaram por conjacturar que algum pecado haviam feito para o Espírito Santo os não alegrar com uma criança.

- Pois, se tu engravidares, prometemos ao Espírito Santo o gasto do domingo da Trindade  disse o homem.

 

Assim, passado algum tempo, a mulher engravidou. A partir daí, cheios de alegria, não pensaram noutra coisa senão no gasto que dariam nas próximas festas ao seu protector Espírito Santo. E, correndo as vizinhanças, o homem encontrou quem lhe vendesse um possante boi,.

Foi a um criador de gado bravo, que não lhe fez qualquer recomendação sobre o animal. Assim, o futuro pai levou o boi para casa e meteu-o no curral. Porém, o boi estava habituado a andar em liberdade e, furioso de se ver ali trancado, desatou aos coices e às marradas, rebentando com tudo.

Furioso com os estragos, o homem agarrou numa foicinha e desatou a dar com ela no focinho do bicho, que, ensanguentado acabou por acalmar. Mesmo assim, o homem também só serenou por suplicas da esposa. Mas ainda lhe respondeu:

- Não faz mal, mulher, que o boi é para o Espírito Santo e já está pago!

Assim, cumprindo-se os nove meses do costume, a criança nasceu. Era uma menina. Mas com um senão. O rosto da bebé estava marcado pelas cicatrizes dos golpes e pancadas que o pai tinha dado no boi. Parecia a vingança do Espírito Santo, pensou logo a esposa.

Cheios de sofrimento, os pais da menina nada puderam fazer, a não ser mastigar os seus remorsos a vida inteira. E a mocinha foi criada às escondidas das pessoas do Topo, usando sempre um lenço ou um xaile a esconder-lhe o rosto.

 

 

 

 A Canada do Inferno

 

- E agora os leitores saberão da Canada do Inferno, que  para esse lugar da freguesia da Ribeira Seca há também uma lenda. E ela conta que um homem dali, com fama de honrado, foi convocado a ir ao tribunal acusado da morte de um homem. O julgamento era em Velas, a uns 30 km da sua terra. Lá foi, chegou a tempo, jurou falso e fez condenar um desgraçado que nada tinha com o assunto. Regressando a casa, passando pela Canada, viu-se cercado pelo fogo do inferno. Aflito, apelou a Nossa Senhora, prometendo-lhe remediar o falso juramento e construir uma ermida em sua honra naquele mesmo sítio.

E Nossa Senhora apesar de tudo, condoeu-se do homem e apagou o fogo do inferno, fazendo desaparecer os espíritos do mal que o queriam apanhar. Grato, o homem entendeu cumprir de imedato a promessa e foi logo ao tribunal reabrir o processo e fazer que o inocente fosse libertado e que o prendessem a ele. Entretanto, deixou instruções para a construção da ermida. Hoje, ainda lá estão as ruínas. Mas o lugar é que não se livrou de passar a ser conhecido pela Canada do Inferno!

 

10
Nov24

publicação de livro

Alegria

Frei João sem cuidados

 

O rei ouvia sempre falar em Frei João sem cuidados, como um homem que

não se aflige com coisa alguma deste mundo.

- Deixa estar, que eu é que te vou meter em trabalhos!

- Mandou-o chamar à sua presença e disse-lhe:

- Vou dar-te uma adivinha e, se dentro de três dias não me souberes responder

mando-te matar.

- Quero que me digas o seguinte: - Quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e

o que é que eu penso?

- Frei João sem cuidados saiu do palácio bastante atrapalhado, pensando na

resposta que havia de dar àquelas perguntas.

O seu moleiro, encontrou-o no caminho e estranhou ver Frei João sem cuidados

de cabeça baixa e macambúzio.

- Olá Senhor Frei João sem cuidados, então o que é isso que o vejo tão triste?

- É que o Rei disse-me que me mandava matar se dentro de três dias se eu não

lhe respondesse a estas perguntas: Quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e o que é que ele pensa.

O moleiro pôs-se a rir e respondeu-lhe: Não se preocupe Frei João sem cuidados,

- Empreste-me o seu hábito de frade que eu resolvo ao questão.

- O moleiro, vestindo o hábito de frade, passados os três dias, dirigiu-se ao palácio pensando nas boas respostas que iria dar ao Rei.

Pediu então audiência ao Rei e na presença do mesmo foi certeiro nas respostas.

 

 

 

 

Então à resposta: Quanto pesa a lua?

A resposta foi: Saberá Vossa Majestade que não pode mais que um arrátel,

porque todos dizem que ela tem quatro quartos.

É verdade diz o Rei.

E agora diz-me quanta água há no mar?

- Resposta pronta do moleiro:

- Isso é muito fácil de saber. Mas como Sua Majestade, só quer saber da água do mar, é preciso primeiro mandar fechar todos os rios porque sem isso nada feito.

- O Rei achou bem respondido. Mas zangado por ver que Frei João sem cuidados

se escapava das dificuldades, voltou ao ataque:

- Agora se não souberes o que eu penso, mando-te matar!

- O moleiro respondeu prontamente.

- Ora vossa Majestade pensa que está a falar com Frei João sem cuidados,

mas a verdade é que está a falar com o seu moleiro e deixando cair o hábito

de frade deixou o Rei pasmado com tal esperteza.

10
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

Boticas – O Bezerro de ouro

 

Nas lendas dos encantamentos, por vezes estes estão a ponto do desencanto quando uma hesitação por parte do protagonista deita tudo a perder. Pois aí por volta de 1960, o senhor Domingos Coelho contou ao arqueólego Santos Júnior o que ele garantia ser a sua experiência no Castro de Carvalhelhos, em Boticas, que este escavava.

Não se tratara de uma aventura a solo pois o senhor Domingos Coelho ia acompanhado de um seu irmão, já falecido na altura em que ele contou o que se passara.

Aquilo ocorrera por altura de 1916. Os irmãos Coelho souberam pela tradição em Boticas, que naquele castro que eles conheciam como as palmas das mãos, se encontra enterrado um encanto sob a forma de um bezerro de ouro.

Pois o senhor Domingos, comentou, sonhou três noites a fio com o bezerro de ouro, o que já era um começo necessário. Assim, lá foram ambos muito em segredo. Levavam um exemplar d então raro Livro de São Cipriano, uma broca, uma caçadeira, uma marreta e duas bananas de explosivos. A caçadera era para matar o bezerro mal ele aparecesse e quebrar-lhe o encantamento, ficando os manos com todo o seu peso de ouro!

E numa noite enveredaram os manos para o extremo norte do Castro de Carvalhelhos. Dirigiram-se para junto do penedo maior que ainda lá se vê e as pessoas conhecem por Cavalo dos Mouros. Seguindo os dizeres de São Cipriano, escolheram a pedra que julgaram a certa, abriram-lhe dois buracos e meteram lá as bananas de explosivos. Depois, deitaram fogo ao rastilho e, a distância segura, esperaram pelos resultados das explosões. E, mal estas se escutaram, saltou debaixo da pedra um magnífico bezerro de ouro! Mas foi tal a surpresa, apesar de tudo, que o senhor Domingos não conseguiu disparar a caçadeira.

- Em quatro saltos, o bezerro pôs-se lá em baixo no ribeiro, enfiando pela Ola da Moura, que é a mais funda, contou ele a Santos Júnior

- Perdeu-se para sempre, paa nunca mais lhe poder deitar a mão! O sr. Domingos Coelho contou o que protagonizara, e com tanta convicção o fez que o experimentado antropólogo ficou perplexo. Comentaria este que, quando o seu informador, então já com os seus 80 anos feitos e refeitos, lhe narrou o que ficou dito, olhava o espaço do Castro de Carvalhelhos como quem ainda calcula a quantidade de tesouros que por aí devem estar encantados à conta do tal bezerro de ouro que se lhe escapou!

Também se conta por Boticas que, em tempos que já lá vão há muito, os Mouros quiseram fazer uma ponte de pedra desd a cerca do castro para a encosta da ladeira do Coriçal,  onde se situam as mamoas, que a tradição popular diz terem sido os fornecos onde os Mouros coziam o pão. Tal ponte nunca se chegou a fazer porque a gente de Carvalhelhos ia lá de dia e deitava abaixo tudo o que os Mouros haviam feito durante a noite! Firmes os da terra, desistiram os Mouros…

07
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

A História dos ovos cozidos

 

Certo dia a caminho do campo, encontrou um pobre camponês um pequeno saco contendo no seu interior um pedaço de pão e alguns ovos cozidos.

Como se tratava de época de muita fome pois era foi após a guerra, o camponês levou o saco e no campo decidiu comer o referido farnel.

Mas eis que alguém presenciou a o facto e depressa se soube quem tinha encontrado o referido saco e dono logo que soube resolveu denuncia-lo às autoridades competentes, vindo este caso a chegar ao tribunal.

O pobre camponês foi informado do facto e da importância monetária que o lesado pedia pelo referido farnel pois que se tratava de ovos e que estes geravam pintos e pintos geravam galinhas que posteriormente ponham ovos e estes ovos geravam pintos e galinhas e por aí fora que nunca mais acabava, o que levava a uma importante verba que o pobre camponês nunca poderia pagar.

Assim começou o tormento para este pobre camponês que sem poder dormir pensando no que lhe acontecera ia vivendo em constante sobressalto como se iria ver livre desta confusão.

Certo dia regressando de uma feira e depois de ter contemplado com alguns centavos os pobres lhe apareciam pelo caminho deparando-se-lhe mais um, o pobre camponês puxou da carteira e esmolou este com a seguinte frase: - Toma lá também tu dez centavos pobre diabo.

O tempo ia passando e um dia o pobre camponês foi abordado por um indivíduo muito bem posto que lhe fez a seguinte pergunta:

Que se passa contigo que andas com um ar de muito preocupado?

O camponês no seu acto de humildade, contou ao desconhecido toda a história da sua vida e o que o preocupava, pois não sabia como sair desta situação, pois não tinha sequer dinheiro para poder contratar um simples advogado.

O Indivíduo prometeu ali logo ao camponês que nesta situação ele o iria defender em tribunal sem lhe cobrar pagamento algum, e, informado da data de apresentação no tribunal, ele prometeu ao camponês que lá estaria para o defender, porém se chegasse atrasado, que pedisse ao doutor juiz que fizesse o favor de esperar um pouco pois o seu advogado vinha de longe.

 

Chegado o dia da audiência, lá estava toda a gente para assistir a tão insólito caso pois era um caso nunca visto.

Sentados, o réu, o queixoso e seu advogado e toda a população, faltando apenas o advogado do réu, o juiz impaciente ia perguntando pelo advogado do réu ao que este só respondia:

Sr. Doutor Juiz peço-lhe um pouco mais de paciência pois o meu advogado vem de longe e por isso deve estar a chegar.

 

 

 

 

- Mas afinal quem é o seu advogado? Vai perguntando o juiz.

- Não sei, só sei que ele me prometeu de vir e eu confio nele.

Alguns momentos depois, eis que entra pelo tribunal dentro um indivíduo calçando umas socas e fazendo um barulho infernal, deixando todos estupefactos, virou-se para o doutor juiz e exclamou:

Senhor Doutor Juiz, peço desculpa por me atrasar, pois prometi de vir hoje e vim ontem, pois tive que dar ordens aos meus empregados para cozerem 60 móis de favas para semear (um mói correspondia a 60 alqueires).

O Juiz ficou perplexo ao ouvir tal afirmação e virando-se para o suposto advogado, perguntou:

Então, mas as favas cosidas também nascem?

Ao que o outro respondeu:

Na terra onde dos ovos cozidos nascem pintos, também as favas cozidas têm que nascer.

O juiz pensando nesta afirmação, respondeu: pois a verdade é que nada disso pode acontecer e mandando todos para casa encerrou a audiência.

Seguidamente o pobre aldeão procurou pela sala o seu suposto advogado, vindo a encontrá-lo já a rua e dirigiu-se-lhe para poder agradecer tão heróico facto ao que ele lhe lembrou:

Lembras-te de dar uma esmola há algum tempo quando regressavas da feira, e, que disseste ao pobre a seguinte frase: Toma lá dez centavos também tu diabo.

Pois esta esmola que deste foi a mim que a entregaste pois pronuncias-te o meu nome.

Moral da história:

Fazer bem nem que seja ao diabo, um dia a recompensa virá.

 

 

07
Nov24

Contos e Lendas

Alegria

A fada do castelo de Gratot

 

No antigo Condado de Normandia, perto da cidade de Coutances, morava um jovem da nobre família de Argouges.

Esse forte e brilhante cavalheiro adorava passear a cavalo horas a fio.

Um belo dia, próximo de um pequeno lago, ele ouviu um canto melodioso que provinha de uma voz doce.

Avançando lentamente, encontrou uma bela dama junto às águas límpidas.

Tão suaves eram seus gestos, tão charmosa sua voz, e tão rara e irreal sua beleza, que o jovem foi logo conquistado por ela.

– “Bom dia... eh ... bela senhorita.

– “Oh, o senhor me pegou de surpresa.

– “Quer dizer... por favor...

– “Não vos escuseis, meu senhor, eu não deixo de cumprir todas as regras. Bom dia, nobre senhor.

– “Bom... eu diria...

– “Hi hi hi hi, o senhor me faz rir com os seus tartamudeios.

– “Bela senhorita, quereis casar comigo?

– “Antes de vos dizer SIM, quero um favor.

– “Farei tudo o que seja de vosso prazer, minha amiga.

– “Eu vos peço de jamais pronunciar na minha presença esta palavras: M.O.R.T.E.

– “Mas por quê?

– “Prometei-me isso e eu me casarei com o senhor.

– “Vossos desejos são ordens!

O castelo de Gratot hoje está em ruínas.

Ambos viveram sete anos na maior das felicidades.

Certa noite, eles organizaram uma festa no castelo.

A fada – pois era disso que se tratava – ficou demorando muito diante do espelho.

Perdendo a paciência e enfurecido pela demora da bela esposa, o senhor gritou, desde um dos extremos do corredor:

– “Minha Senhora, vós sois muito lenta nos vossos afazeres! Seríeis rápida em pedir a morte?

A fada soltou então um berro desgarrador, subiu na beira da janela e desapareceu, deixando impresso no muro a marca de seu pé e de sua mão.

No lago só se viam ondas circulares.

 

Se nas noites de tempestade, perto das antigas residências dos senhores de Argouges e do castelo de Gratot, ouvirdes uma voz murmurar “Morte... Morte...”, não fiqueis apavorados, pois é a fada a

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