Momento de Poesia
Oportunidade
Ofendem-me os que dizem que não voltarei.
Porque bati à tua porta e não te encontrei.
Porque todas às noites permaneço a tua porta.
E ordeno que despertes e te ergas para lutar e vencer!
Não chores pelas preciosas chances que passaram.
Não chores pela idade de ouro que se foi...
Todas as noites queimo o registro do dia;
Ao erguer do sol todas as almas nascem de novo.
Ri como um menino aos esplendores que passaram;
Às alegrias que se esvaíram sê surdo e mudo.
O meu julgamento sela o passado que já morreu.
Mas nunca prende um momento ainda por vir.
Mesmo afundado na lama, não torças as mãos nem chores.
Dou o meu braço a todos os que dizem "Eu posso !!"
Nenhum pária algum dia caiu tão baixo.
Que não pudesse erguer-se e ser um homem novamente!
Lastimas a mocidade perdida?
Hesitas em desfechar um golpe merecido?
Volta-te então dos arquivos apagados do passado.
E encontrarás as brancas páginas do futuro.
Choras uma pessoa amada? Liberta-te da magia!
Es um pecador? O pecado tem perdão!
Cada manhã te dá asas com que voar do inferno,
Cada noite uma estrela para te guiar aos céus!
Órfãos
As andorinhas que voam
pelo espaço ilimitado
sob os beirais do telhado,
têm, felizes, o seu lar.
Tiveram já os cuidados
de seus pais em ninho amigo,
têm todas um abrigo,
onde se vão acoitar.
Em qualquer fenda, ou tronco,
sob uma folha, o inseto
encontra seguro o teto
onde se pode abrigar.
Até nas plagas ignotas
do oceano infinito,
nesse pélago bendito
se abriga o peixe do mar.
O réptil, o monstro, a fera,
o modesto pasarinho,
qualquer animal mesquinho,
que a natureza contém,
todos têm seu asilo,
um canto, qualquer guarida,
a esperançao não perdida,
que é um abrigo também.
Mas órfãos ao desemparo
há, infelizmente, tantos...
e desses quantos e quantos
sem terem nem pai, nem mãe!
Tristes, sòzinhos no mundo,
quantos vogam sem abrigo,
sem terem um braço amigo,
sem carinho de ninguém.
Abençoados aquêles
que aos tristes levam confôrto,
os conduzem a bom porto,
e lhes levam Luz e Pão.
Caminhar por esta vida
tão repleta de amarguras
é caminhar às escuras,
se não brilha a"Instrução".