Momento de Poesia
Telhados de Lisboa
Telhados de Lisboa
Onde muita gente boa
Tem o seu humilde lar;
E olhando o horizonte
Que fica ali mesmo defronte
Vai vendo a vida passar.
Nos beirais as andorinhas
São como viúvas vizinhas
Sempre com seus lamentos
Vão contando suas vidas
As amizades perdidas
Levadas pelos tempos.
Telhados desta cidade
Símbolos da idade
Dos reis e das rainhas
Dos confrontos e das lutas
Que deixaram devolutas
As casas que ali tinhas.
Telhas velhinhas de outrora
Deixam quem lá mora
Ao sabor do cruel inverno;
Gastas pelo tempo passado
Deixam entrar por todo o lado
O frio e o calor eterno.
Quando o sol os aquece
Até o meu dia parece
Mais feliz e sorridente;
Tudo ali tem mais graça
E até o pombo que por ali passa
Arrulha de contente.
Telhados da minha rua
Tão simples e tão nua
De antigas vizinhanças;
Como eras divertida
E como tinhas tanta vida
Com o brincar das crianças.
Hoje bairros antigos
Com telhados luzidios
Que o tempo viu passar
Vão ficando à espera
Que venha uma nova era
Para os puder recuperar.
Autor: João Alegria Rodrigues