Anedotas
Morrer de Velhice
Condenado à morte, um soldado francês implorou a Napoleão que lhe perdoasse.
— Não posso consentir no que me pedes — respondeu o imperado
— Senhor, confesso ter perpetrado o crime de que me acusam e reconheço que devo ser castigado; mas o género de morte que me destinais é horroroso.
— Sendo só isso o que te inquieta, poderei conceder-te um favor.
— Qual, senhor?
— Escolheres a maneira como preferes acabar a vida.
— Mil vezes obrigado, senhor. Aceito.
— Escolhe: como queres morrer?
— De velhice.
O Vizinho e as Botas
Todas as noites, ao deitar-se, o bêbado atirava as botas ao chão com violência. O vizinho do andar de baixo, tantas vezes foi acordado por aqueles estrondos, que um dia não se conteve. Saiu-lhe ao caminho, fez-lhe ver que aquilo o incomodava, porque tinha de se levantar cedo, e às vezes acordava tão sobressaltado que já não conseguia dormir. O bêbado desculpou-se e prometeu não tornar a atirar com as botas.
Nessa noite, duas da madrugada, o bêbado, ao deitar-se, arremessa a primeira bota. Acorda o vizinho de baixo, amaldiçoa a sua sorte, e fica esperando ouvir cair a segunda bota, para depois tentar adormecer. Espera, acende um cigarro, pega no jornal, impacienta-se, vê passar uma hora... e resolve subir ao andar de cima. Bate à porta até o bêbado lhe responder, e pergunta:
- Ó vizinho! Então quando é que deixa cair a outra bota?
Responde o outro, chateado e ensonado:
- Eu esta noite pus a outra bota no chão com muito cuidado.